16 de fev. de 2013

Insidioso. II

Meu carnaval não teve fim.

Não teve foto;
Não teve dor;
Não teve meio;
Não teve sexo ou tambor.

Meu carnaval nem começou.
15 de nov. de 2012

Autocrítica IV

Falta realidade na criatividade das pessoas.
Tem de se sentir a felicidade pobre e complexa.
Deixar de lado o sentimento pronto do alheio.
19 de out. de 2012

"O bem que eu não te fiz"

Não é aquele que eu não quis dar
Não é vento que vai definhar
Não sai daqui sem antes confundir
Nem vem a tona antes d'eu sonhar
Escorre seco sem nem me perguntar
Sente dentro o caminho mal andado
Vai embora lavando meu penar.
3 de out. de 2012

Se eu pudesse te dar um nome...


A música me faz sentir algo como se uma 'alma', no sentido de alguém dentro de mim sentindo coisas diferentes ou incomuns, mas ainda eu.

A música acalma meu peito, que começa a aquecer junto com a minha respiração, que agora parece ficar tão mecânica e me dá impressão que poderia simplesmente parar de respirar se quisesse.

A distância, a rotina, a ambição, o medo de não aproveitar e outras coisas que não deixa com que eu consiga viajar em uma linha objetiva os meus pensamentos mais infantis e tagarelas enquanto escuto a tal Música, acabam se tornando almofada para o que chamo de maturidade.

Confesso que Sigur Rós faz a minha alma, que deve se chamar Música.

Vestmannaeyja

   Se ser algo solitário impressiona, não nos deixa fio de dúvida que o egoismo só existe quando compartilhado. Como uma casa em um pedaço de terra, tão afastado dos sobreviventes, que se torna objeto de desejo de todos, a ideia de se afastar de uma rotina acaba sendo um só pensamento na cabeça de milhares; Algo como desejar uma beleza singular; desabafar um sentimento pessoal que dá náuseas, ou fazer parte de uma vida inteira.
      Egoísmo é não querer ficar sozinho. O resto é combustível.
29 de mai. de 2012

Quando eu passo a passos largos pelos nossos lugares; olho todo rastro de tinta que ainda molha os espaços que - na verdade - nunca foram nossos lares.

Encontro molduras perfeitas e telas já secas, mas sem autor conhecido que me fizesse sentido, aquele que ornaria a perfeição do visitante na exposição já faz arte com outras plaquetas, usando cores nostálgicas, passando o dedo na língua sem conseguir encontrar as verdadeiras fraquezas.
30 de abr. de 2012

Eu era outro.

   Não eram falhas nem sucesso, eram conhecidos de cidadelas pelas quais passei enquanto me encontrava, eu de hoje, até que outra passagem comprei, não com dinheiro, com alguma outra coisa que anseio, procurar novos conhecidos em paraísos e desaventuras que nem eu sei se passarei.
4 de abr. de 2012

De quem é fraco...

Alguns amigos se desprendem do nosso cabelo e parece que levam consigo uma nota musical, algum leve tom romântico a uma melodia que só queria ser trilha sonora de um abraço.
29 de mar. de 2012

Quando me tornei Bruno

Sou acostumado a textos de pensar, e não de imaginar. Esse me fez mudar o canal da minha mente, roubei - sem querer - o autor do próprio cenário de sua imaginação.

     De som só o quebrar das ondas, o vento brando. A escuridão. Seus corpos entrelaçados, amados, alcoólicos. O vinho se derramava nas peles, a saliva entre os poros. A areia era cama, o sal, a lua em cheia. Palavras sussurradas, os labirintos dos cabelos, entrelace de dedos, de pernas.
     Ama-se tão docemente, as horas que não existem, o cheiro de flor que inda persiste nesses fios de cabelos negros. O tempo que não acorda, passa jangada, passa o bloco com o frevo que parece morrer em folia.
Quando amanhecer, quando o mar parir o sol, entre as sobras e restos, entre qual amor.

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